Governo do DF vende área igual a 31 campos de futebol para pagar conta do estádio da Copa-2014 em Brasília
Conta simples
De acordo com o índice Fipe (Fundação Insituto de Pesquisas Econômicas), divulgado no final de janeiro deste ano, o preço médio do metro quadrado em Brasília, um dos mais caros do Brasil, é de R$ 6.372. Assim o governo do DF tem que vender, na média, 235.405 metros quadrados de terras públicas para quitar o R$ 1,5 bilhão que a obra do estádio vai custar no total, isso se não houver novos reajustes no preço como tem ocorrido desde julho de 2010, quando a obra começou.
A Terracap afirma que realiza cerca de uma licitação por mês de terras públicas no territtório do Distrito Federal, independentemente da construção do estádio.
A Terracap afirma que realiza cerca de uma licitação por mês de terras públicas no territtório do Distrito Federal, independentemente da construção do estádio.
Na primeira licitação de 2013, em janeiro, a empresa se desfez de 138 lotes de imóveis, de tamanhos e localizações diversas, arrecadando R$ 41 milhões. O resultado da licitação ainda precisa ser confirmado. Para o dia 28 de fevereiro, está prevista licitação de outro lote, desta vez com 104 terrenos.
Sem financiamento
O governo do Distrito Federal recusou o financiamento de R$ 400 milhões ou 75% do valor da obra oferecido pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção de todos os 12 estádios da Copa de 2014. É o único gestor dentre os construtores das arenas da Copa que abriu mão do dinheiro.
As condições da linha Pró-Copa Arenas, do BNDES, são bem melhores que as de mercado. Primeiro, não há necessidade de garantia para entes públicos. Além disso, a soma de juros, correção e taxas cobradas pelo BNDES ficam em torno de 7% ao ano. Não há nada igual no mercado.
Em contrapartida, porém, o banco exerce, por força de contrato, um papel de fiscalização e controle da obra. Quem assina o contrato com o BNDES tem os recursos liberados aos poucos. É preciso, por exemplo, a cada três meses, apresentar um relatório de progresso físico-financeiro da obra.
Além disso, semestralmente, o contratante deve apresentar um relatório de acompanhamento da execução físico-financeira feito por uma auditoria independente. Depois, ao término da obra, o tomador do empréstimo tem três meses para apresentar um relatório final, também feito por uma auditoria. Sem pegar o dinheiro emprestado, o governo do DF não é submetido a todo este controle durante a construção da arena.
'Mais barato do Brasil'
Apesar do Estádio Mané Garrincha ser, até agora, o estádio mais caro dentre os 12 em construção ou reforma para a Copa de 2014, na opinião do governor do DF, Agnelo Queiroz, "é o mais barato do Brasil se for medido metro quadrado a metro quadrado de construção". O governador deu a declaração no dia 28 de janeiro, a 500 dias para o início da Copa de 2014. Queiroz não explicou como havia chegado a essa conclusão.
De acordo com nota da assessoria de imprensa do governo do DF enviada ao UOL Esporte, a construção do estádio ficará em torno de R$ 1 bilhão. Apesar disso, o Tribunal de Contas do Distrito Federal diz que a obra, orçada inicialmente em R$ 671 milhões, já chegou ao R$ 1,2 bilhão. Quando incluídos os gastos com paisagismo e urbanização dos entornos do estádio, a conta está em 1,5 bilhão.
Relatório do tribunal divulgado no final de janeiro identificou superfaturamento e pagamentos em duplicidade na obra no valor de cerca de R$ 112 milhões e caso não haja explicações convincentes, pede a devolução do dinheiro aos cofres públicos do DF.
Fonte: UOL Esportes - 14/02/2013
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