O fato abaixo se deu ano passado, mas, coincidentemente, vamos adequar à atualidade principalmente depois dos fatos acontecidos recentemente e vamos à reflexão.
Hoje dia 28NOV às 13H37, vamos parabenizar os nobres companheiros "artistas" do GTOP. Já que os digníssimos (policiais! E somente eles) insistem em continuar dando mais e mais entrevistas sobre ocorrências àquele chato de mau gosto e velho conhecido, o intragável e sensacionalista, DF alerta. Grande parte da população “esclarecida” brasiliense – na contramão, talvez vá me criticar por isso.
A questão é que, do todo lamentável nessa história de "aparecer na TV", e que equivocadamente pode a princípio parecer boba, infantil ou até desnecessária de se comentar e não fazer muito sentido para reflexões no seio de nossa categoria, certamente também é o cerne do problema, onde se desencadeia toda crescente e prejudicial falta de memória; ou ausência mesmo de senso crítico, enraizados no nosso padrão mental, expresso ativamente no comportamento praticado entre nós praças policiais militares em relação ao nosso posicionamento frente às questões reivindicatórias que nos cercam nos dias atuais.
A falta de memória neste caso me parece também - e não menos prejudicial, o fato de que há pouco tempo o apresentador daquele ótimo programa, que prefiro aqui não citar o nome - naquela situação em que se encontrava o caos na segurança pública - com suas tristes e lamentáveis estatísticas, rogava-nos a proclamar o inoportuno – apesar de só nós policiais sabermos o que significa, já que estamos nas ruas combatendo o crime diariamente sem que ninguém precise nos lembrar do que é honrar um compromisso ou juramento, o mesmo bradou: “Honrem a farda a qual vocês vestem! Honrem o juramento o qual vocês fizeram! Vamos pôr a mão na consciência policial militar!”.
Hilário se não fosse triste.
Mas a verdade é que a realidade que nos sufoca diariamente, apesar de todas as discussões positivas que nos elevaram a um patamar melhor, por assim dizer, de responsabilidade diante de nossas consciências e famílias, parece não ter conseguido quebrar os grilhões que nos acorrentam a uma postura trabalhista de semi, se não, de total ESCRAVIDÃO.
Explico: apesar de muitas outras situações refletirem e reafirmarem tal sentimento de servidão, diria que o nosso maior adversário é justamente a nossa imaturidade intelectual (ou talvez o nosso desproporcional e equivocado sentimento do que é ser heroico, honrado); O desconhecimento de nossa história e o pouco sangue derramado nos faz tropeçar por igual.
Digo isso porque o que me parece é que a falta de compromisso familiar dos nossos nobres companheiros fica evidente quando colocamos nossas vidas em risco e em contra partida não percebemos nenhuma garantia remuneratória que compense tamanho risco de ofício. De maneira que se define assim, e da mesma forma, o tamanho de nossa ingenuidade política diante da precária distribuição da riqueza produzida e do pouco deslocado para nossa subsistência enquanto trabalhadores remunerados pelo Estado.
Nesse sentido, brademos todos: vamos trabalhar gente!
Do resto não sei mais. Só sei que meus filhos vão perder a oportunidade quando a mesma aparecer. Não são eles que têm férias na Europa. São meus filhos que vão à escola pública. Não são meus filhos que jantam fora todo fim de semana. É minha família que mora na periferia de Brasília. Não são meus filhos que têm andado na moda. Não é minha família que vai ao shopping.
Do resto não sei mais. Só sei que meus filhos vão perder a oportunidade quando a mesma aparecer. Não são eles que têm férias na Europa. São meus filhos que vão à escola pública. Não são meus filhos que jantam fora todo fim de semana. É minha família que mora na periferia de Brasília. Não são meus filhos que têm andado na moda. Não é minha família que vai ao shopping.
E do jeito que está, sei que certamente eu não terei muitos bons motivos para sonhar com um futuro melhor.
O que hoje, infelizmente, tenho total certeza é de que num futuro próximo meus filhos continuarão sendo os praças da polícia militar do distrito federal (com muito orgulho diriam muitos, inclusive eu) explorados pela corporação a qual dedicam suas vidas e da qual recebem desprezo e indignidade. O pior de tudo isso é que ainda não aprendemos juntos a gritar por honra e ética!
Então vamos continuar a trabalhar para um estado que nos escraviza e nos desqualifica enquanto seres humanos.
E esquecermos de que precisamos nos voltar pra sociedade da qual viemos e servimos. Que com a transparência certa e objetiva, nos defenderia se realmente nós mostrássemos a ela que precisamos que ela também nos defenda. Não com gritos para dar ibope televisivo, mas como homens que diante dos olhares e das câmeras não têm medo de dizer a verdade. E a verdade é que, neste caso, os homens que defendem a sociedade – nós os honrados homens da polícia militar do distrito federal, queremos ser respeitados, dignificados e honrados por nossa sociedade brasiliense. Que nós temos vivido com muita dificuldade financeira e econômica. Que nossa realidade é difícil e hostil. Que nós não temos vivido de aparências como os nossos colegas “Gtopianos” insistem mascarar com suas incoerentes, equivocadas e infantis entrevistas televisivas.
E que fique claro aqui que nossa guerra não é contra as famílias brasilienses; não é contra nenhum governo, contra nosso povo e nossa comunidade. Absolutamente! A nossa força vem da nossa sociedade do Distrito Federal. Vem da democracia! E claramente o combate ao crime e a existência da polícia militar, como força de dissuasão, necessitam dessa parceria. Nossa luta, portanto, é por dignidade. Segurança salarial e jurídica baseadas nos conceitos dos direitos humanos tão importantemente elencados em nossa Carta Constitucional. Nossa luta é para que nossas consciências e nosso esforço primordial estejam voltados para a proteção da sociedade do distrito federal. De forma que o que queremos são respeito e dignidade econômicos como garantia de sossego familiar para nossa categoria. De maneira que esses esforços não mais estejam dispersos em lutas por melhores condições de trabalho e de salário e sim voltados para a proteção de toda a comunidade brasiliense. Nossa luta é por IGUALDADE! De direitos por exemplo.
No mais, meus amigos e companheiros, eu penso que o que nos falta é respeito corporativo também. Afim de que nós, internamente no meio policial, nos vejamos como verdadeiros combatentes do crime, e por isso mesmo essa postura ser tomada no seio de nossas relações de trabalho na corporação. Já vi muito antigão sendo sacaneado. Como já vi muito novinho sendo sacaneado também. Praças sacaneando praças. Isso é o fim! Não dá pra ser assim. E pra que o problema não se resuma a praças vs oficiais, que não se perca numa convicção equivocada de polícia militar vs sociedade, que estejamos prontos para entender que o respeito se começa a exercer dentro de casa, como um exemplo para um filho.
Dar entrevista para um veículo que se aproveita de nossa desgraça é no mínimo covardia com sua família companheiro. É no mínimo idiotice descabida. É infantilizar-se!
A comunidade brasiliense precisa saber o caos administrativo em que vivemos e da nossa realidade enquanto categoria trabalhadora essencial para a sobrevivência do povo. Povo este que está sendo massacrado por uma política estatal repressiva. Que se utiliza da polícia como força de dissuasão contra esta mesma comunidade que grita “vamos honrar a farda!” Sem saber o real significado de se ter feito esta escolha. No nosso caso, trabalhadores policiais escravizados por seus salários! Que não têm direitos humanos. Que não tem direitos aos direitos e garantias constitucionais. Que não têm direito de reivindicar melhores condições de vida. Que não têm direitos de SEREM CIDADÃOS!
Então me pergunto: será que estamos tão cegos assim pra continuar nos fantasiando com entrevistas na televisão, como se estivéssemos vivendo num mundo irreal, onde somos massacrados por um RDE arcaico e ultrapassado, por uma formação ditatorial e autoritária de guerra que nos coloca inevitavelmente como soldados em sentido de colisão contrária à sociedade da qual viemos e a qual deveríamos proteger, TRATANDO-A E SENDO TRATADOS COMO INIMIGOS?
Espero que o próximo grito que eu ouça do nosso querido Fred Linhares seja: “vamos proteger nossos policiais. Vamos conhecer suas realidades. Vamos dignificá-los também!”.
E que as próximas entrevistas de nossos policiais, COMO A DO GTOP XXXXXXXXX sejam pra dizer que nós todos nos orgulhamos e trabalhamos por essa Brasília que tanto amamos também..., mas que não dá pra fingir que está tudo bem com nossa categoria não.
Fonte: Postagem do Blog do Tenente Poliglota...
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