Câmara Distrital: As armadilhas para pegar Agnelo Queiroz.


Bem articulada e conhecida na Câmara Legislativa pelo grande poder de persuasão, a deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD) não marca bobeira quando o assunto é política local.

Representante na política de uma poderosa família dona de empresas na área de vigilância e conservação, a distrital tem preparado sua cama de gato caso o governo do Distrito Federal ameace de alguma forma acabar com os milionários contratos entre o GDF e as empresas de sua família.

Na eleição para a Mesa Diretora e as comissões permanentes da Câmara Legislativa, Eliana Pedrosa atuou de forma silenciosa, mas conseguiu alguns feitos interessantes para aumentar seu poder de barganha com o executivo local. 
Poucos perceberam, mas foiEliana Pedrosa que articulou para a composição da atual Comissão de Constituição e Justiça da Casa: ela conseguiu emplacar parte de seus fiéis aliados na Câmara Legislativa como titulares da comissão.

Apesar de ser presidida por um petista – deputado Chico Leite, o distrital é diretamente ligado ao grupo de Pedrosa. Na eleição da Mesa Diretora da Casa, Eliana inflamou uma possível candidatura do petista como presidente da Câmara Legislativa, peitando os interesses do GDF e criando uma crise dentro do Partido dos Trabalhadores do DF.

Sem conseguir o apoio necessário para emplacar o nome, Chico Leite contentou-se com a presidência da comissão e uma possível candidatura para o Senado nas próximas eleições. Oficialmente, o PT/DF nega a negociação.

Outros integrantes da Comissão de Constituição e Justiça são Robério Negreiros (PMDB) – também empresário do ramo de conservação; Aylton Gomes (PR), todos aliados da deputada distrital. O único parlamentar que tem se mostrado fiel ao governo que integra a comissão é Cláudio Abrantes, que deixou o PPS e está sem partido.

A CCJ é considerada a principal comissão da Casa. Sem passar por ela, projetos importantes de interesse do GDF podem ficar engavetados, atrapalhando o ritmo desejado pelas autoridades do GDF. Para algum projeto ser aprovado na comissão, por exemplo, é necessário a metade mais um dos votos de deputados presentes nas reuniões. Pedrosa teria, pelo menos, quatro dos cinco votos.

Comissão de Assuntos Fundiários

Para a presidência da Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), Eliana Pedrosa também mexeu seus pauzinhos. Responsável por analisar projetos que alteram destinação de terras e gabaritos de prédios, de interesse dos grandes empresários da cidade, a CAF seria responsável por avaliar textos como o do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) e a LUOS, lei de uso e ocupação do solo do DF.

O governo chegou a se empenhar para reeleger o distrital Cláudio Abrantes (sem partido), que desde o início do mandato comandava os trabalhos da comissão. No entanto, em manobra inesperada, os distritais elegeram Cristiano Araújo (PTB), considerado como dissidente da base aliada do GDF por ter ameaçado peitar a candidatura do atual presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT) – nome preferido pelo governador Agnelo Queiroz.

Pela vitória de Cristiano ter sido atribuída ao grupo de Eliana Pedrosa, o governo agiu rápido. O GDF decidiu retirar da pauta da Câmara Legislativa os dois projetos mais importantes que passariam pela Comissão de Assuntos Fundiários. Sem projetos para serem analisados pelos dissidentes, a comissão fica esvaziada e sem poder de articulação, nem com o empresariado, muito menos com os representantes do governo local. 

Fonte: QuidNovi por Mino Pedrosa

Comentários