GDF: O soldado João Dias deve depor na próxima semana no Ministério Público Federal. Vai acabar o estoque de Lexotam em Brasília
Bem que a política de
Brasília há muito está morna. Uma fofoquinha aqui, outra acolá, um beicinho de
distrital ali, um de governador mais adiante. Um joguinho de faz de conta nas
eleições para as comissões permanentes da CLDF. Mas nada que botasse a coisa
para ferver.
Um dos fatores de
efervescência da política candanga nos dois últimos anos foi, sem dúvida, as
acusações do soldado PM João Dias. De uns tempos para cá João Dias se recolheu,
mas ninguém acredita que foi por medo, mas por estratégia de seus advogados.
Revelou a partir do início
de 2011, em várias oportunidade, o campeão de kung fu, o que ele garante ser
falcatruas de cabeças coroadas da nossa política. Bateu em Paulo Tadeu,
ex-deputado federal, ex-secretário de governo, e atual conselheiro do Tribunal
de Contas do DF; arrebentou denúncias contra o atual secretário de Saúde; jogou dinheiro em gabinete de secretário de Agnelo que,
segundo ele, seria dinheiro de tentativa de propina para comprar seu silêncio.
E, claro, principalmente meteu o sarrafo no ex-companheiro do PC do B, o atual
governador petista Agnelo Queiroz. Dias é, sem sombra de dúvidas, um arquivo
valioso. Tem que ter cuidado.
Esse quadro de marasmo na
política local poderá mudar a partir dos próximo dias. O silêncio ao qual o
acusador se impôs nos último tempos deve ser quebrado, mas agora diante do
Ministério Público Federal. Um órgão autônomo, que, portanto, não é subordinado
ao Executivo, nem ao Legislativo ou ao Judiciário do Distrito Federal ou da
União. Aí ele poderá falar, se quiser, bem mais profundamente do que falou no
passado. Apresentar provas e evidências, esclarecer passagens obscuras da nossa
política. Se tiver as informações que diz ter, vai ser um Deus nos acuda.
O procurador-geral da
República, Roberto Gurgel (aquele que ajudou a condenar os ladrões do
Mensalão), quer ouvir na próxima semana não só o campeão de kung fu, mas também
o atual secretário de Saúde de Agnelo, o médico Rafael Barbosa. E quer ouvir
também o coronel Cirlando, bem como o chefe da Casa Militar do governo do DF,
tenente-coronel Leão.
A essa altura, os estoques
de Lexotan – e seus genéricos e similares– nas farmácias do DF deve estar
acabando.
Se João Dias falar o que
sabe a casa pode cair. Pelo menos a casa de algumas vestais da política
candanga.
Fonte: http://www.gamalivre.com.br/
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