Vários
deputados distritais ocuparam a tribuna da Câmara Legislativa, durante a sessão
ordinária desta quarta-feira (24), para criticar a afirmação feita pelo
governador à imprensa na última terça-feira de que "deputado entende
tanto de bactéria como jegue entende de religião".
A
deputada Celina Leão (PSD), presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS),
foi a primeira a rebater a crítica feita por Agnelo Queiroz. "A
declaração foi patética. Deputado não precisa ser especialista em nenhuma área
para realizar o seu trabalho de fiscalização. O governador foi muito infeliz e
demonstra que é ateu", afirmou Celina .
"Ele
quer demonstrar que está assumindo o governo, que está tomando pulso da saúde,
mas não demonstra dignidade para lidar com o contraditório", completou
a parlamentar. Celina aproveitou para manifestar, também, solidariedade
aos agentes comunitários de saúde que estão em greve e que, segundo condenou ,
foram ameaçados de demissão pelo governador.
O
deputado Evandro Garla (PRB) enfatizou, em aparte, que naquele episódio da
declaração à imprensa o governador fora "mal assessorado" pelo
secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, quem teria dito pouco antes à
imprensa que os deputados não entendiam dos problemas referentes às mortes
dos bebês, no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). "Foi uma declaração
errônea, totalmente infeliz e influenciada pela assessoria", lamentou.
Irritação
- Também a líder do governo na Câmara Legislativa, Arlete Sampaio
(PT), reconheceu que o governador fizera "uma declaração infeliz".
Ela ressaltou, contudo, ser preciso considerar que a afirmação fora feita num
momento de irritação do governador sobre um assunto sério: a morte de bebês em
hospital público. "As pessoas estão sujeitas a esses erros, e o governador
também", sustentou.
Outro
deputado governista que reconheceu o suposto erro do governador com aquela
afirmação foi o deputado Wellington Luiz (PPL). "Como policial civil já
tive que enfrentar fiscalização nos presídios por parte de muitos
parlamentares. Mas não me incomodava com isso, pois reconhecia que era um
direito dos deputados", disse.
A
deputada oposicionista Eliana Pedrosa (PSD) considerou, contudo, o
episódio como um reflexo da "má gestão" do sistema
de saúde do DF. E disparou: "Deputado não tem que ser especialista em
saúde ou bactéria. Tem que ser especialista em ouvir o povo e representar
os seus interesses", contestou.
Zildenor Ferreira Dourado
- Coordenadoria de Comunicação Social
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