VAMOS TER UM NOVO CASO BENEDITO?


O relatório da Corregedoria contra Raad Masouh (PPL) ainda não foi analisado formalmente no Conselho de Ética, mas o clima na Câmara Legislativa já é de arquivamento sumário; o distrital pede "tratamento igual" ao recebido por Benedito Domingos (PP), que teve o processo suspenso duas vezes, com a justificativa de que era preciso "aguardar" uma decisão judicial; mas o clima promete esquentar, já que o corregedor quer participar da sessão desta quarta-feira 17
Juliane Sacerdote_Brasília 247 - Está marcada para esta quarta-feira 17 às 14h uma reunião extraordinária com os cinco integrantes da Comissão de Ética da Câmara Legislativa. O objetivo do encontro é discutir o relatório enviado pela Corregedoria, que pede a abertura de processo de investigação contra Raad Massouh (PPL).

Arlete Sampaio (PT), Joe Valle (PSB), Olair Francisco (PT do B), Agaciel Maia (PTC) e próprio presidente da Comissão de Ética, Dr. Michel (PEN) já receberam cópias do parecer da Corregedoria há uma semana.
Na sessão desta quarta-feira, eles vão votar se aceitam ou não o relatório. É preciso três votos para que o processo ganhe relator e tenha andamento no colegiado, mas o clima entre os parlamentares já é de arquivamento sumário.
Episódio, aliás, bastante parecido com o que fizeram os últimos integrantes do Conselho de Ética, quando analisaram o caso de Benedito Domingos (PP). Na época, os parlamentares preferiram, por unanimidade, adiar a decisão política com a justificativa de que era preciso "aguardar uma decisão judicial".
E essa é a principal estratégia de defesa de Raad Massouh, que pede "tratamento igual" ao dispensado a outros parlamentares. "Gostaria de ter o mesmo tratamento que outros parlamentares tiveram. Não houve caso de que a Comissão de Ética preferiu aguardar uma decisão da justiça?", destacou ao Brasília 247 na semana passada. [Leia mais aqui]

Esse posicionamento já foi criticado várias vezes pelo corregedor Patrício (PT), que enfatiza que "os poderes são autônomos" e que o julgamento político "não tem relação" com o julgamento criminal. Por isso, o petista quer participar da reunião do Conselho de Ética desta quarta-feira para acompanhar de "perto" a votação do relatório dele. Para garantir sua presença, ele vai argumentar que não existe impedimento previsto no regimento interno da casa.
Corporativismo

Para o cientista político da Universidade de Brasília Leonardo Barreto, "ao se protegerem mutuamente", os parlamentares "transformam problemas individuais em coletivos". Isso, para o professor, é uma medida "irracional", que afeta ainda mais a imagem "tão desgastada" da Câmara Legislativa.
"Com comportamentos assim você acaba neutralizando iniciativas feitas recentemente como forma de resgatar a imagem da Câmara. Temos uma campanha de marketing, um novo logotipo, propaganda de rádio e TV chamando a população para o trabalho dos distritais. Todo um esforço no sentido de mostrar a importância da Câmara. Mas com atitudes assim, os movimentos que pregam a extinção da Câmara ganham força", destacou Barreto aoBrasília 247.

O corporativismo, na análise do especialista, é um problema gerado pelo sistema político atual, no qual os parlamentares trabalham em "nichos próprios" de eleitorado, e por isso, não se veem como "adversários" ou que alguém que possa "tomar votos" de alguém.
Pedido de investigação

Na quarta-feira 10 passada, o corregedor Patrício (PT) apresentou suas justificativas para pedir a continuidade do processo contra o distrital, acusado de desviar R$b 100 mil por meio de emendas parlamentares. O dinheiro, segundo investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do DF, foi enviado para a Administração de Sobradinho e usado em festas e eventos feitos sem licitação pública.
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