Manifestação contra a Copa fecha eixo monumental

Protesto, que teve até pneus queimados, durou cerca de uma hora e meia. Bloqueio da via causou reflexo no trânsito em toda a área central da cidade.

Manifestantes que organizaram um protesto em Brasília na manhã desta sexta-feira (14) contra os gastos para realização da Copa das Confederações no Brasil liberaram o trânsito no Eixo Monumental às 11h40, depois de uma hora e meia de bloqueio. Durante o protesto, eles queimaram pneus em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha.

Em frente ao Estpádio Nacional, manifestantes mostram cartaz contra a realização da Copa das Confederações (Foto: Gabriella Julie/G1)

O fechamento da via, umas das principais de Brasília, provocou congestionamentos em toda a área central da capital. O Eixo Monumental dá acesso à Esplanada dos Ministérios e a prédios importantes da administração pública, como o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, o Tribunal de Contas do DF e o Tribunal de Justiça.
"Nossa reivindicação principal é contra a política de investimento de dinheiro em outras áreas fundamentais que não a saúde e educação".
Priscila Brito, que faz parte do grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que organizou o protesto.

Às 11h, o trajeto de 700 metros entre a Rodoviária do Plano Piloto e a W3, que corta a cidade nos sentidos norte-sul, levava 25 minutos. O Com trânsito normal, o trecho é feito em um minuto. O fechamento do Eixo procovou reflexos no trecho da Esplanada dos Ministérios nos dois sentidos da via, na W3 e nas vias adjacentes.

O protesto teve início por volta ds 10h. Depois de fechar a via em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, onde Brasil e Japão fazem o jogo de estreia da Copa das Confederações neste sábado, os manifestantes seguiram para o Palácio do Buriti. Os manifestantes protestavam contra os gastos com o evento esportivo.

Policiais militares acompanham protesto contra Copa das Confederações que fechou via em frente ao Estádio Nacional de Brasília (Foto: Gabriella Julie/G1)

"Nossa reivindicação principal é contra a política de investimento de dinheiro em outras áreas fundamentais que não a saúde e educação", disse Priscila Brito, que faz parte do grupo  ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que organizou o protesto.

Os manifestantes decidiram mudar o local do protesto depois de discutir com a Polícia Militar. Eles fecharam as faixas em frente ao estádio por cerca de 40 minutos, usando cartazes e queimando pneus. A Polícia Militar estimou a presença de 330 a 400 pessoas no local (veja mais fotos da manifestação).

Comissão de manifestantes em frente ao Palácio do Buriti, onde foram recebidos por representantes do GDF (Foto: Gabriella Julie/G1)

"É principalmente em defesa dos direitos humanos contra a exploração sexual. Nessa época de grandes eventos, aumenta muito a prostituição e não temos políticas para proteger as pessoas disso." Ela também alegou que as ações ocorrem em solidariedade às manifestações em São Paulo.

Um texto distribuído pelos manifestantes no local diz que mobilização semelhante vai ocorrer em 12 capitais do país na próxima semana. Eles alegam negligência aos direitos humanos e sociais no Brasil, que estariam pior na preparação para as copas. Afirmam ainda que 250 mil pessoas em todo o Brasil foram removidas ou sofreram ameaça de remoção por causa dos eventos.

Jornalista japonês que esteve em manifestação contra a
Copa das Confederações, em frente ao Estádio Nacional
de Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)

Um jornalista japonês da TV nacional de Tóquio, no Japão, que veio para cobrir a Copa das Confederações disse não estar assustado com a manifestação. "Já estive em manifestações maiores em Londres e quase levei um tiro a última vez que estive no Brasil" afirmou. "Entendo que eles estão reivindicando que o dinheiro seja melhor investido em educação e outras coisas."

Arena

O Estádio Nacional de Brasília foi inaugurado no dia 18 de maio deste ano. Levantamento Núcleo de Fiscalização de Obras realizado em abril mostrou que o valor total do estádio saltou dos R$ 696,6 milhões iniciais para R$ 1 bilhão.

A inauguração ocorreu com cinco meses de atraso e depois de dois adiamentos. A previsão inicial de entrega era 31 de dezembro de 2012 e, sem seguida, 21 de abril, aniversário de Brasília. Diversas etapas das obras  foram questionadas pelo Tribunal de Contas do DF.

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