Agnelo está nas cordas do ringue e a oposição na lona

Postado por Do Cafezinho
JUL22
Edição 1985 de 21 a 27 de julho de 2013
Wilson Silvestre

Revista Veja
Governador Agnelo Queiroz: pode vencer a briga por falta
de adversário
“Sem união das lideranças de oposição, Agnelo será reeleito mesmo amargando os piores índices de aprovação.” Esta frase tem ecoado pelos quatro cantos do Distrito Federal, mas nem Joaquim Roriz, Paulo Octávio, José Roberto Arruda, Alberto Fraga, Rodrigo Rollemberg, Toninho do PSol, Cristovam Buarque, Luiz Pitiman, Rogério Rosso e Eliana Pedrosa não moveram um músculo do ouvido para ouvi-la. Todos parecem surdos tentando ouvir o som das vozes das ruas, mas apenas interpretam  alguns gestos sem contudo compreender o que está acontecendo à sua volta.

Todos falam em “compromisso de salvação para o Distrito Federal”, no entanto, até agora, cada um só mira no projeto de poder pessoal. Ninguém está oferecendo um projeto distinto, factível para o Distrito Federal voltar a ser uma referência nacional de cidade bem administrada. O PT do Doutor Agnelo acredita que está tudo bem, que eles estão fazendo o melhor governo do mundo. Os desvios de recursos, gestão temerária, obras hiperfaturadas, licitações com preços estratosféricos, nada disso afeta os cidadãos. Cadê a oposição? Justiça seja feita. Eliana Pedrosa, Liliane Roriz, ambas do PSD, e o tucano Izalci Lucas são de fato os poucos opositores dos atuais mandarins do Buriti.

Os senadores Rodrigo Rollem­berg (PSB) e Cristovam Buarque (PDT) falam muito para a mídia, mas mostram muito pouco ou quase nada sobre o que eles fariam se estivessem no lugar de Agnelo. Joaquim Roriz diz que é candidato, mas não se ouve nenhuma crítica ao governo do DF. Quando o faz, fica-se com a impressão de que ele está falando sozinho. Nenhuma repercussão de sua crítica é reproduzida no parlamento local ou entre as entidades organizadas, principalmente no CDL, Fibra, OAB e tantas outras. Soma-se a esta falta de projeto para Brasília a fragilidade jurídica que sobrepõe seu desejo de voltar a ser governador. José Roberto Arruda, bem mais discreto também movimenta seus apoiadores para insuflar seu nome no cenário, no entanto, assim como Roriz está com a espada da Justiça sobre o seu pescoço. No fundo da alma, estas duas grandes lideranças querem é negociar uma fatia de poder para seus seguidores. Não é possível imaginar Arruda, num palanque eletrônico, pedindo perdão ao eleitor pela segunda vez pelas suas falhas de homem público. Mesmo sabendo que ele foi vítima de uma chantagem e embirrou em aceitá-la, o distinto público eleitor não vai avalizar suas palavras. A imagem recebendo dinheiro de Durval Barbosa, o delator do mensalão, é muito forte. Qual a empresa ou instituição que iria agregar seu nome a uma marca com esta mancha?

Só resta como alternativa a estes líderes a união, pois juntos podem influir no processo eleitoral, mas sem aparecer publicamente. O eleitor lembra deles como bons gestores, mas não os querem à frente da gestão. Se eles somarem forças e indicarem alguém têm todas as chances de vencer. Este nome não pode ser o advogado e empresário Pimenta da Veiga, como foi especulado recentemente, por uma simples razão: ele é um ilustre desconhecido das massas no DF.

Mesmo sendo um homem brilhante e sagaz em política, não aceitou a empreitada. Polidamente recusou. Tenta-se agora, outro nome que pode ser do PSDB, PMDB, PSD ou de outra sigla, mas que agregue estas forças. O fato é que o Agnelo está nas cordas do ringue político e não consegue sair de lá, fustigado pelos agressivos punhos dos baixos índices de aprovação, no entanto, existe um consolo: a oposição ao seu governo está na lona ouvindo a contagem regressiva do árbitro da luta.

Fonte: JORNAL OPÇÃO

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