Ele rouba, mata, estupra. Se for menor de idade, a
liberdade lhe é assegurada. Se for maior, corre o risco de ser condenado e, se
o for, jamais cumprirá a pena máxima.
Ele rouba o dinheiro dos impostos, rouba quando
superfatura, rouba quando suborna. Mata os sonhos de uma sociedade inteira,
rouba os direitos de toda uma população. Estupra as mentes dos cidadãos.
Assassina perspectivas de vidas melhores. É maior, é apenas mais um integrante
da quadrilha. Se condenado, o máximo que lhe será imputado é o direito de rir
do povo e, caso não queira sair de cena, lhe serão dadas todas as
possibilidades de continuar fazendo do poder público, o seu picadeiro e, da
sociedade, a sua plateia.
Se estiver atrás das grades, todo cuidado é pouco.
É necessário preservar sua vida, oferecer-lhe boa alimentação, ambiente
saudável e higiênico, atendimento médico. E, óbvio, sua família receberá
auxílio financeiro, por direito legal. ...
Por que os direitos do assaltado, do morto e do
estuprado são diferentes?
O que as vítimas fizeram de tão grave para não
terem seus Direitos Humanos preservados? Nasceram? Estudaram? Trabalharam?
As imagens que vejo dos vândalos saqueando lojas,
bancos e atirando pedras ou bombas são exatamente as mesmas que ilustram a cena
de um suborno, de um roubo do patrimônio público, de um bando de corruptos
justificando o injustificável da falta de segurança, saúde e educação. Não há
diferença alguma!
Depredar lojas? Saquear comércio e bancos? Roubar?
Matar? Impedir que a população se eduque? Proibir atendimento à saúde?
Facilitar a bandidagem? Tudo isso é crime!!! E quem é penalizado é exatamente o
inocente, porque os bandidos e safados estão soltos, protegidos por uma lei
descabida.
Então o marginal saqueia, destrói o trabalho
honesto dos outros e o máximo que se pode fazer é tentar acuá-lo com bomba de
efeito moral? Ora, pelo amor de Deus, onde estão os Poderes desse país? Bandido
que comanda bandido produz esse retrato de guerra no qual o país de
transformou.
Existe ex-guerrilheiro? A única coisa permanente na
vida de uma pessoa é ex. Ex é para sempre. Ex-marido, ex-mulher,
ex-funcionário… ex será ex eternamente.
Então é isso. Cada um que tire suas próprias conclusões.
Claro que devidamente protegidos pelos Direitos Humanos.
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante,
assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e
autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
Fonte: Ucho. Info - 29/07/2013
Foto: Internet
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