Avaliação negativa de Dilma vai a 49% e supera positiva

A aprovação pessoal da presidente Dilma Rousseff caiu 26 pontos percentuais em um mês, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (25) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em conjunto com o Ibope. Na última pesquisa, 71% aprovavam Dilma, contra 45% agora. A avaliação negativa superou a positiva pela primeira vez na série histórica da pesquisa e atingiu 49%. De acordo com o instituto, 6% dos eleitores não sabem ou não responderam.

No mesmo período, a aprovação do governo da petista caiu 24 pontos percentuais. Hoje, o governo Dilma é avaliado por ótimo ou bom por 31% dos entrevistados. Na avaliação anterior, divulgada em 19 de junho, a aprovação dos brasileiros ao governo de Dilma Rousseff era de 55%. O grupo de entrevistados que considera o governo Dilma regular subiu de 32% para 37% com relação à sondagem anterior. Já os que avaliam como ruim somam 13% ante 7% da pesquisa passada. Os entrevistados que não souberam ou não quiseram responder totalizaram 1%.

No levantamento de junho, 32% dos entrevistados avaliaram o governo como regular; 13% consideraram como ruim ou péssimo e 1% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e os pesquisadores foram a campo entre 9 e 12 de julho.

A pesquisa divulgada em junho foi a campo antes da onda de protestos que tomou conta do país. Após a onda de protestos, a pesquisa de hoje é a terceira que mostra uma tendência forte de queda da avaliação do governo Dilma.

instituto Datafolha registrou queda de 27 pontos percentuais no último dia 29 de junho. O instituto MDA, em pesquisa encomendada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), também detectou queda de 22,9 pontos percentuais na avaliação positiva do governo petista em levantamento publicado no último dia 16.


Popularidade de Dilma segundo a pesquisa CNI/Ibope

Confiança e comparação com Lula

O índice de desconfiança na presidente aumentou de 28% para 50%. Os entrevistados que confiam em Dilma são 45%, ante 67% da pesquisa de junho. Os que não sabem ou não responderam somam 5%, o mesmo índice da sondagem anterior.

Na comparação com o governo anterior, houve uma diminuição dos que consideravam o governo Dilma melhor que o de Luiz Inácio Lula da Silva – de 16% para 10%. A maior parte dos entrevistados avaliou o governo da petista semelhante ao de Lula: 42% ante 57% dos entrevistados de junho. Os que a avaliam como pior que Lula somam 46% ante 25% da avaliação passada. Os que não sabem ou não totalizaram 2%.

Saúde é pior área

Das 25 áreas avaliadas do governo, os brasileiros apontaram como as que têm os melhores desempenhos habitação (28%), ações de combate à fome (23%) e políticas de capacitação profissional (22%).
Os entrevistados classificaram como piores desempenhos do governo federal as áreas da saúde (71%), segurança pública e combate à violência (40%) e educação (37%).

A CNI/Ibope questionou quais seriam os principais problemas do Brasil no momento e, os entrevistados destacaram que são saúde (77%), educação (39%), segurança pública (38%), drogas (29%) e corrupção (27%).

A pesquisa mostrou que 63% dos entrevistados apontaram as manifestações populares nas ruas como o assunto mais lembrado com relação ao governo Dilma, seguido por ações do governo federal (12%) e ações dos governos estaduais e municipais (9%).

Para o gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, as manifestações não foram exatamente a causa da queda de popularidade da presidente. “Não que as manifestações [de rua] tenham gerado a queda, mas isso levou todos os problemas que as pessoas vinham sentindo e isso floresceu”, afirmou.

A pesquisa foi feita com 2.002 pessoas de 434 municípios e inclui questões sobre as manifestações populares, a qualidade dos serviços públicos e a aplicação dos impostos arrecadados pelos governos.
Além da avaliação do governo federal e da atuação da presidente, a avaliação mostra a opinião da população sobre o desempenho de 11 governadores que, juntos, são responsáveis por quase 90% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial.  Os Estados pesquisados foram Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília

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