Por Ricardo Callado - A
antecipação da corrida eleitoral e os protestos nas ruas são responsáveis pelo
freio de arrumação na política. Candidaturas são lançadas bem antes do tempo. O
corre-corre é tentativa de viabilizar uma aliança forte para 2014. São
conchavos bem longe do povo.
São
muitos os pré-candidatos. E algumas chapas começam a clarear. O governador
Agnelo Queiroz (PT) terá o desfalque do vice, Tadeu Filippelli (PMDB), que está
sendo assediado a sair contra o seu companheiro de 2010.
A
vaga de vice de Agnelo estará aberta para uma nova composição. A do Senado deve
ser ocupada pelo deputado federal licenciado e secretário de Desenvolvimento
Urbano e Habitação, Geraldo Magela (PT).
Magela
deve vencer a disputa interna pela indicação com o deputado distrital Chico
Leite (PT). Ambos seriam preteridos. O plano A era atrair o deputado federal
José Antônio Reguffe (PDT). Conversas entre o deputado e o governador
aconteceram. A atração foi mútua.
As
manifestações nas ruas deram o fim as conversas. Reguffe está bem cotado para a
própria cadeira de Agnelo. Também é sempre citado para disputar o Senado. Em
conversas particulares, analisa que seu eleitorado o quer no Palácio do Buriti.
Escanteado
pelo PT, Chico Leite tem convite da Rede Sustentabilidade, partido de Marina
Silva. É candidato ao Senado. Mas não descarta sair ao governo ou compor uma
chapa como candidato a vice.
O
senador Rodrigo Rollemberg (PSB) é candidato ao Buriti. Quem atrair nomes e
partidos mais a esquerda para empunhar a bandeira da ética na política. Entre
as legendas estão o PDT, o PSol, o PPS, a Rede, além do próprio PSB.
Rodrigo
desenha uma chapa com Chico Leite como vice-governador e Reguffe, senador.
Teria ainda ao seu lado o senador Cristovam Buarque (PDT), o deputado federal
Augusto Carvalho (PPS), o terceiro colocado ao GDF em 2010, Toninho do PSol, e
a ex-deputada federal Maninha (PSol).
Reguffe
não aceita. E se abraça nas pesquisas para justificar. Diz que está melhor
posicionado que Rodrigo. Se fosse compor a chapa, acha que ele deveria ser o
candidato a governador. Se o bate-pé for sério, um outro nome seria escolhido.
Chico poderia ir para o Senado e Toninho assumir a vice.
Mais
a direita de Agnelo, temos o rompimento oficial do PTB ao governo. O senador
Gim Argello deixa a base aliada atirando no governador. Anunciou candidatura à
reeleição. Não esconde que o vice, Tadeu Filippelli, é o seu candidato à
sucessão de Agnelo. Para compor a chapa, tenta seduzir a deputada Liliane Roriz
(PSD).
Filippelli
está à frente de muitas ações no governo. Se considera atendido e em zona de
conforto. Acha que ainda não é hora de abandonar Agnelo. Licitação dos
transportes, Metrô, Novacap, Secretaria de Obras e o novo Centro Administrativo
do GDF seguram Filippelli no Buriti.
As
aparições públicas de Agnelo e Filippelli servem de cortina de fumaça. O
assédio em cima do vice é muito grande. Mas ele teme deixar a base aliada, cair
nos braços do seu antigo grupo político e depois ser abandonado. Os
ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda põe em dúvida a fidelidade
do ex-aliado. O PT nutre o mesmo sentimento.
Os
nomes não acabam. Eliana Pedrosa (PSD) e Pitiman (ainda no PMDB) surgem como
terceira via. A mudança de partido poderia viabilizar a candidatura de um ou do
outro. O PSDB, por exemplo, precisa de um nome forte para montar palanque ao
presidenciável Aécio Neves.
O
setor produtivo de Brasília voltou a falar nos últimos dias no ex-governador
Paulo Octávio para concorrer ao GDF. Se Filippelli for jogado às feras, poderia
substitui-lo na chapa organizada por Gim Argello.
Joaquim
Roriz e Arruda estariam fora da disputa. O primeiro por questão de saúde. Por
mais que negue, não teria condições de disputar uma eleição pesada como a de
2014. A própria família colocaria juízo no ex-governador. Para não dispersar o
grupo e animar a militância, Roriz usa estratégia de se manter candidato.
As
manifestações na rua podem atrapalhar o caminho de Arruda. O julgamento da
Caixa de Pandora deve ser acelerado como resposta aos protestos. Além disso, se
os protestos foram fortes durante a Copa das Confederações, prometem ser mais
intensos na Copa do Mundo. O reflexo na campanha eleitoral é óbvio.
Ganha
quem melhor conseguir se comunicar com as ruas. Abraçar suas bandeiras. Se
desvincular da política tradicional. Não será tarefa fácil para quem está
acostumado a fazer política em gabinetes, de costas para o povo.
http://blogs.maiscomunidade.com/blogdocallado/2013/07/05/opiniao-politica-de-costas-para-o-povo/#sthash.tvjKZCsz.dpuf
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