Sugestão de leitura para todas as praças e oficiais de nossas corporações!

O homem massa está em todas as classes sociais, não tem projeto vital próprio e nem participa decididamente de qualquer objetivo coletivo! Vive na inércia e à deriva.

Não compromete-se em nada que não seja de seu interesse imediato, sem nada a oferecer de si, é implacável no que considera seus direitos. Usufrui de uma cultura que não entende e para a qual em nada contribui, despreza a civilização em que vive e ignora o sacrifício que representou a sua construção.

Em contrapartida, é um instrumento dócil e de fácil manipulação para o processo de dominação contemporânea.

O cidadão cultural e politicamente livre, ao contrário do homem massa, está sempre a oferecer de si, procurando servir melhor e aprimorar a sociedade a que pertence. De vida esforçada, tem grandeza de espírito, é desprendido e está sempre disposto a transcender do que já é para algo que propõe como meta do dever.

A este espírito nobre, contrapõe-se a vida inerte e vulgar do homem massa. O mesmo funciona sob a indução das forças externas a si mesmo. Está, sempre, com a boca aberta para benésses que não merece. É consumidor por excelência. Insaciável.

Forma o lastro essencial para a composição de uma sociedade de consumo telecomandada. Não tem pejo em não produzir o equivalente ao que consome. O espírito, a justiça e a humanidade, são conceitos inexistentes para ele.

Estimulado e apoiado pelo consumismo transplantado, rejeita a condução da sociedade pelos virtuosos e pelos capazes, inclusive, de renúncia a favor de interesses coletivos legítimos e justos. É, portanto, aliado natural do dominador externo e interno. Vive deslumbrado com a opulência minoritária, à qual aspira, ardentemente, ignorando sua natureza iníqua e seu caráter permanentemente injusto.

A ascensão do homem massa ao poder em país independente, representa a consolidação da dependência. Nesses casos, o Estado deixa de preocupar-se com as necessidades sociais subjacentes, tal como ocorrera em nosso país nos últimos anos de autoritarismo.

De fato, não sendo Estado legítimo, por não ser o executor do projeto de um povo, nenhum compromisso, portanto, tem-se com esse povo.

* FONTE: De Estado servil a nação soberana

J.W. Bautista Vidal

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