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“Hoje, o
governo federal é criminosamente omisso no que diz respeito à segurança
pública”, acusa.
Pré-candidato a presidente pelo PSDB, o senador Aécio Neves tem
calibrado seu discurso para um tom cada vez mais duro na área de segurança
pública. É uma tentativa de se apresentar de maneira diferente em relação a
seus adversários diretos na corrida pelo Planalto.
Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, Aécio
disse que, se eleito, pretende reduzir o número de ministérios dos atuais 39
para 21 ou 22. Deseja também redefinir a função de algumas pastas. Fala em
renomear o Ministério da Justiça com o complemento “e da Segurança Pública”,
enfatizando a necessidade de combater o crime em todo o país.
É uma resposta do tucano a uma das principais preocupações dos
eleitores, captadas por várias pesquisas de opinião. Ao adotar essa narrativa,
tenta também surfar num momento de intensas manifestações de rua, muitas com
atos de violência.
O senador quer que os repasses de recursos federais para uso em
segurança sejam mensais e compulsórios para os Estados, “que poderão planejar
os seus investimentos”. O tucano diz que nos oito anos em que governou Minas
Gerais (2003-2010) ficou esperando recursos para construir penitenciárias.
“Sabe quando vieram? Nunca”.
Aécio, 54 anos, também é a favor da redução da maioridade penal para
adolescentes de 16 a 18 anos que cometem crimes graves ou são reincidentes.
“Não podemos fazer como o governo do PT: virar as costas”. Dilma Rousseff (PT)
e Eduardo Campos (PSB) são contra essa medida.
O tucano acha necessário trazer a inflação anual para o centro da meta,
que é de 4,5%. Esse objetivo seria atingido gradualmente, até 2018.
Afirma ser contra uma lei para formalizar a independência do Banco
Central. Promete submeter diretores de agências reguladoras ao escrutínio de um
órgão externo.
Se eleito, repete, manterá o Bolsa Família e a política de conceder
reajustes acima da inflação para o salário mínimo. Não elabora, entretanto, a
respeito de como resolver a vinculação do mínimo aos benefícios da Previdência.
Sobre José Serra ser seu candidato a vice-presidente, responde ser “uma
possibilidade”.
Sobre drogas ilícitas, é contra a descriminalização. Relata ter fumado
maconha no passado. “Quando tinha 18 anos, experimentei maconha e ficou por aí.
E não recomendo que ninguém faça”.
Fonte: Blog do FERNANDO RODRIGUES - 22/05/2014
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