A bancada do Distrito
Federal na Câmara dos Deputados custou mais de R$ 14 milhões desde o início da
atual legislatura, considerando-se os gastos com cota de atividade parlamentar
e pagamento de subsídios mensais — não está contabilizada a verba de gabinete.
Os valores dariam para construir quase cinco Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs) ou sete Clínicas da Família ou 280 casas populares. Os nove
parlamentares (o suplente Augusto Carvalho, do Solidariedade, ocupou boa parte
do mandato no lugar do titular, Geraldo Magela, do PT) juntos apresentaram 245
proposições (entre projetos de lei, de emenda à Constituição e outros). Mas
isso não quer dizer que elas foram votadas e aprovadas. Numa conta simples,
cada projeto custou R$ 57 mil com base nos gastos com salários e cota.
Levando-se em consideração o número de dias com sessões ordinárias desde 2011,
cada um dos 345 dias trabalhados em plenário pelos deputados teve custo de R$
40,5 mil.
No topo da lista dos mais
gastadores está Izalci Lucas (PSDB), com mais de R$ 950 mil em
despesas da cota de atividade parlamentar na soma dos 40 meses, entre janeiro
de 2011 e abril deste ano. Erika Kokay (PT) vem logo a seguir, com R$ 851,1 mil
em gastos. A terceira na relação é Jaqueline Roriz (PMN), com R$ 836,5 mil. É
interessante observar que Geraldo Magela (PT) passou a maior parte do mandato
como secretário de Habitação do DF e, mesmo assim, conseguiu gastar R$ 35,4
mil, mais do que os R$ 33 mil de José Antônio Reguffe (PDT), o mais econômico,
que atuou na Casa desde o início da legislatura.
Menos gastador, Reguffe foi
também o único representante de Brasília que não faltou a nenhuma das 625
sessões deliberativas realizadas nesta legislatura, distribuídas em 345 dias de
votação. “Apenas cumpri os pontos que levantei nos meus compromissos de
campanha”, justificou. Ele, no entanto, não esteve entre os que mais
apresentaram proposições na atual legislatura. Nesse sentido, a líder é Erika
Kokay. Com 83 propostas, ela ficou bem acima dos 39 projetos do colega de
partido, Roberto Policarpo, o segundo na relação. Terceiro, Izalci garante que
seus gastos elevados têm relação com produtividade. Ele lembrou que participa
de 11 comissões, entre especiais e temáticas, de frentes parlamentares, e atua
nas áreas de educação e ciência e tecnologia. “Quem realmente produz
pode até dizer que o que gastou é pouco”, justificou.
Jaqueline Roriz foi a mais
faltosa: esteve ausente em 123 sessões deliberativas, além de ter sido a
segunda com menor quantidade de projetos apresentados (11). Por meio
da assessoria de imprensa, a parlamentar afirmou que todas as faltas foram justificadas
e ocasionadas por participações em missões especiais ou obrigações partidárias.
Coordenador da bancada do DF, Luiz Pitiman (PSDB) foi o que menos produziu
proposições. Desde fevereiro de 2011, o deputado apresentou apenas 10 projetos
de lei. “Tive outras atribuições, como coordenar a bancada”, ponderou. Pitiman
também ressaltou os trabalhos da frente parlamentar de gestão pública, na
qual atua como presidente. “Também demanda trabalho. Estamos produzindo e tem,
sim, muitas atividades”, afirmou.
Fonte:
Correio Braziliense
Posted
on 4 de maio de 2014 by Sandro Gianelli
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