Governo Federal põe o Exército na rua
para aumentar a sensação de segurança e Estados convocam policiais de unidades
especiais para cuidar exclusivamente na Copa
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Agência O Globo
Dilma decidiu enviar para as ruas 21 mil soldados que
inicialmente
ficariam de sobreaviso nos quartéis
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Uma das
principais preocupações internacionais, o esquema de segurança pública no
Brasil durante os jogos da Copa do Mundo está praticamente fechado. Depois de
oferecer a ajuda de 36 mil militares aos Estados, a presidente Dilma Rousseff
decidiu tirar dos quartéis mais 21 mil homens do Exército, enquanto os
governadores suspenderam a férias de seus policiais militares para garantir a
proteção em todos os cantos das cidades-sede durante os jogos, que acontecem do
dia 12 de junho ao dia 13 de julho em 12 cidades.
Apesar de
a segurança interna dos estádios ser toda ela particular por exigência da Fifa,
a segurança da Copa custou aos cofres públicos R$ 1,9 bilhão. Esse dinheiro foi
investido no esquema de segurança do entorno das arenas, principalmente para
garantir o acesso aos torcedores.
Um dos
principais imbróglios foi descobrir uma fórmula para deslocar um grande número
de policiais para essa função sem prejudicar a segurança pública feita diariamente
nos bairros das cidades que receberão os jogos. As soluções encontradas são
similares em todas as capitais: os Estados suspenderam as férias de todos os
policiais militares nos meses de junho e julho e escalaram as unidades
especiais, como Batalhão de Choque, Força Tática, Grupos de Operações Especiais
e Cavalaria, para vigiar os estádios e arredores.
O soldado
que trabalhar em regime de horas-extra também pode ser deslocado para ajudar na
Copa. A Secretaria de Segurança Publica da Bahia prevê 15 mil homens no entorno
da Arena Fonte Nova, que receberá seis jogos. “Quem não pôde tirar férias será
empregado no reforço a pontos turísticos e terminais rodoviário, aeronáutico e
marítimo”, enumerou ao iG o Major Everaldo Maciel, porta-voz
da PM no Estado. “Os 10.082 PMs de Salvador manterão suas atividades
inalteradas durante os jogos.”
Utilizando
o mesmo esquema, São Paulo vai deslocar 4.500 policiais militares para a Arena
São Paulo, sede de seis partidas. Desse total, 3.840 soldados sairão de
batalhões de elite do Choque da PM, que já trabalham desde o dia 18 de maio e
permanecerão nas ruas até 18 de julho, cinco dias depois da final do torneio.
Eles vigiam um total de 40 pontos estratégicos como hotéis, centros de
treinamento, estádio e avenidas importantes. “A segurança na cidade de São
Paulo já está muito reforçada, e assim prosseguirá até o final dos jogos, sem
qualquer tipo de prejuízo ao policiamento de rotina”, garantiu ao iG o
Comando de Policiamento da Copa, criado especialmente para o evento.
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Divulgação
Imagem delimita a atuação da polícia no entorno
do Estádio Nacional de
Brasília
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No Rio de
Janeiro, 4.926 homens serão descolados para os arredores do Maracanã (onde sete
jogos serão disputados, inclusive a final) saídos das unidades especiais, dos
batalhões de campanha (formados a partir do adiamento de férias), da suspensão
de licenças, da adesão dos formandos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de
Praças e dos soldados do Regime Adicional de Serviço. “Assim, não haverá
alteração no efetivo ordinário aplicado no Estado, seja nos batalhões ou nas
Unidades de Polícia Pacificadora”, garante a Secretaria de Segurança.
Em Belo
Horizonte, 12.185 policiais militares vão atuar na capital, Sete Lagoas e
Vespasiano – municípios que receberão as delegações no período de preparação
para o evento. Só o Batalhão Copa vai oferecer 2.860 policiais para atuar nas
áreas e eventos relacionados ao Mundial. O restante de Belo Horizonte e Região
Metropolitana será vigiado por 1.750 bombeiros e 3.692 policiais civis.
Já
Brasília manterá seus 15.510 policiais militares cuidando da segurança pública
no Distrito Federal, enquanto a tática de utilizar oficiais em férias e de
unidades especiais vai garantir 10.954 policiais no entorno do Estádio Nacional
de Brasília (sete jogos) e pontos estratégicos, como hotéis e eventos
relacionados ao torneio. “Serão 8.472 PMs, 540 policiais civis e 410 policiais
federais”, informou a Secretaria de Segurança Pública.
Porta-voz
da PM em Fortaleza, o Tenente-Coronel Fernando Albano afirmou que os 9.780 PMs
que atuam por toda a capital cearense continuarão vigiando os bairros. Mesmo
sem alterar essa rotina, todos estarão atentos à Copa. Enquanto isso, 3 mil
militares de batalhões especiais vão trabalhar em 11 pontos estratégicos da
capital cearense, especialmente no entorno do Estádio Castelão, onde seis
partidas serão realizadas. "Muitos turistas vão frequentar a região
metropolitana da cidade, por isso todo o efetivo precisa ficar atento ao
evento", afirmou Albano.
Em Porto
Alegre, o Coronel Antonio Scussel garante que 5.300 homens estarão de olho nos
cinco jogos do Beira-Rio. "Para chegar a esse número sem comprometer a
segurança dos bairros, a PM trouxe 2 mil soldados do interior." Os gaúchos
também convocaram delegados e agentes de Santa Catarina. "Os outros 13 mil
policiais vão continuar cuidando da rotina em Porto Alegre."
Forças
Armadas
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Divulgação/Facebook/Marinha do Brasil
Fragata Niterói chega à Bahia para a Copa
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Enquanto
os Estados concluem os últimos detalhes, o governo federal decidiu oferecer aos
governadores ainda mais homens das Forças Armadas. Incialmente, a presidente
Dilma Rousseff destacou 57 mil soldados, mas exigiu que 21 mil deles
permanecessem nos quarteis de sobreaviso. Nesta semana ela decidiu liberar
esses homens, que ao invés de cuidar de pontos estratégicos, como os outros 36
mil, ficarão espalhados por pontes e vias de acesso às capitais. A ideia é que
eles não atuem no combate ao crime, mas utilize sua presença para aumentar a
sensação de segurança.
Ao iG,
apenas algumas cidades-sede confirmam o reforço. A maioria ainda decide se
aceita a oferta presidencial. São Paulo disse sim e terá a sua disposição 4 mil
soldados. Albano não revela o número de homens que as Forças Armadas vão ceder
a Fortaleza, mas confirma a utilização dela com uma ressalva: "Eles só vão
ajudar na segurança se houver necessidade e o governador solicitar à
presidente, a quem caberá autorizar".
As Forças
Armadas não vão atuar apenas em solo. De acordo com o Ministério da Defesa, a
segurança pelo ar será feita por 24 Super Tucano (A 29), dez caças F-5, três
aviões radares (E-99), 47 helicópteros (36 para fiscalização e 11 exclusivos
para defesa do espaço aéreo) e 29 aeronaves de apoio. Já a costa será protegida
por quatro fragatas, uma corveta, 21 navios-patrulha, um navio de desembarque e
183 lanchas.
Outros 30
mil militares das três Forças Armadas vão cuidar dos 16,8 mil quilômetros de
fronteiras durante os jogos: será a oitava edição da operação Ágata. A ação, de
acordo com o ministério, inclui ações de bloqueios a rodovias e repressão ao
tráfico de drogas, contrabando, tráfico de armas e munições, crimes ambientais,
além de imigração ilegal.
Por Wanderley
Preite Sobrinho - iG São Paulo | 08/06/2014 10:00
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