Por Luiz Fernando Teixeira
Foto: Gabriel Souto/TV Globo |
Candidata à Presidência da
República pelo PT, Dilma Rousseff, que busca a reeleição, concedeu uma
entrevista tensa ao Jornal Nacional, na Rede Globo, na noite desta
segunda-feira (18).
A presidente se esquivou de
questões polêmicas relacionadas à corrupção no seu governo, marcado por
escândalos em diversos ministérios comandados por aliados e por duas CPIs
relacionadas à administração da Petrobras. "Não nos descuidamos da
ética", afirmou Dilma antes de elencar diversas ações do seu governo de
combate à corrupção, como a criação da Corregedoria Geral da União (CGU), da
Lei de Acesso à Informação e do Portal da Transparência, além de liberdade para
ações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). "Nem todas
as denúncias resultaram em condenações. Muitos dos que foram identificados
foram inocentados e algumas pessoas se afastaram por ser difícil resistir à
pressão", alegou a petista ao defender os membros da sua cúpula envolvidos
em sucessivos "mal feitos", como ela costumou batizar os deslizes de
aliados.
Dilma se recusou a responder
ao questionamento sobre a permissividade do PT em relação aos membros do
partido condenados no julgamento do mensalão e chegou a ter um leve
desentendimento com seus entrevistadores. "Sou Presidente da República.
Não julgo ações do Supremo, enquanto eu for presidente não externo opinião
sobre isso. Não vou tomar posição que me coloque em conflito, isso não é uma questão
subjetiva", declarou.
Dilma também evitou
confronto ao falar sobre a troca de ministérios, citando o caso do baiano César
Borges, que era ministro dos Transportes e hoje é o titular da Secretaria dos
Portos. "Os partidos podem fazer exigências, mas só aceito quando
considero que ambos os envolvidos são íntegros, competentes e tem tradição na
área. Se troquei é porque confio neles", defendeu-se.
A presidente admitiu que a
saúde é deficitária no país, mesmo após 12 anos contínuos do PT no poder.
"O Brasil precisa de uma reforma federativa para dividir as
responsabilidades federais, estaduais e municipais", afirmou, depois de
esclarecer que há apenas um número mínimo de médicos para trabalhar no
atendimento básico e que após o Programa Mais Médicos, 50 milhões de
brasileiros foram contemplados.
Quanto à economia, a
postulante defendeu que seu governo foi o primeiro que enfrentou uma crise sem
"arrochar o salário" dos contribuintes e que os índices antecedentes
apontam uma melhoria no segundo semestre, além de queda na inflação. Dilma
encerrou dizendo que foi eleita para dar continuidade aos avanços do governo
Lula, e que "ao preparar o Brasil, criamos as condições para colocá-lo no
centro de tudo". "Queremos continuar a ser um país de classe média",
concluiu.
Fonte: www.bahianoticias.com.br
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