Indicado por Rollemberg para presidir o BRB, Vasco já
causou prejuízo ao Fundo de Pensão dos funcionários do banco
A
indicação do nome de Vasco Gonçalves para a presidência do BRB foi destacada
pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) durante pronunciamento na tarde desta
sexta-feira (2/01).
Rollemberg
lembrou que, pela primeira vez, um servidor do banco assumirá a direção: “Vasco
é representante da geração Brasília. Sabíamos que era uma antiga reivindicação
dos servidores, e esse foi um compromisso que fiz na campanha”.
Mas
não é bem assim. Rollemberg atendeu em parte. O Sindicato dos Bancários sempre
foi contra o nome de Vasco, desde que ele causou prejuízo de mais de R$ 5
milhões ao Fundo de Pensão dos Funcionários do Banco, a REGIUS.
Desconfiados,
alguns diretores do Sindicato não gostaram da indicação de Vasco, que foi
intensamente apoiado pelo lobista Ricardo Leal. E prometem dar trabalho ao novo
governador.
Confira matéria do
jornalista José Seabra sobre Vasco, publicada em 30 de dezembro de 2014 no site
Notibras:
Remake do filme para dirigir o BRB pode frustrar os
planos de Rodrigo Rollemberg
Quando
venceu as eleições para o Palácio do Buriti em 2010, o governador que agora se
despede cabisbaixo, com uma administração pífia, se imaginava um Duarte Coelho
da modernidade contemplado com uma capitania hereditária. Não bastasse isso, se
fez feitor, transformando Brasília numa imensa senzala ocupada por cidadãos
pisoteados por um fracassado ateu que se acreditava onipotente.
Agnelo
Queiroz desejou abraçar o mundo com as mãos. Inventou projetos que não saíram
do papel, mas que tirou papéis dos cofres públicos. Cercou-se de gente
tecnicamente incapaz e de políticos com a ficha mais suja do que pau de
galinheiro, para usar uma expressão popular. E chegou mesmo a sonhar em fazer
do Banco de Brasília seu caixa particular, de onde poderia, em meio a muitas
mazelas, sacar a seu bel prazer.
Para
realizar o sonho de colocar o BRB no bolso, Agnelo Queiroz teve a ousadia de
indicar o seu apadrinhado Abdon Henrique para o ambicionado posto de presidente
do banco. Sem medir consequências, o governador encaminhou o nome à
consideração da Câmara Legislativa. E os 24 deputados distritais, acostumados a
um ‘Sim, senhor!’, como quem usa focinheira, não opuseram quaisquer
resistências.
Mas como presidir um banco público não é o mesmo que arrecadar dinheiro para campanha política, instalar um café árido como uma rocha do cerrado, vender para amigos a preço de banana terras caras que pertencem ao povo, ou mesmo tentar organizar micro e pequenas empresas, Agnelo, os deputados e Abdon Henrique, deram com os burros n’água.
O
natimorto projeto de Agnelo Queiroz para colocar um ficha-suja (no SPC) na
cadeira mais alta do Banco de Brasília fez soar a campainha do Banco Central.
De pronto, Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, advertiu o
governador. Deu um telefonema e foi categórico. Agnelo não poderia insistir com
Abdon, porque o BC não daria aval à indicação. O governador desdenhou Tombini,
brigou e perdeu; Abdon viu sua canoa fazer água; e na sequência, os deputados
distritais ficaram desmoralizados.
Apesar
desse desfecho desconcertante, que deveria ficar registrado nos anais da Câmara
Legislativa não fosse a vergonha que se apoderou dos deputados, o mesmo enredo
parece estar pronto a ser reprisado.
Agora
o que se ouve no mercado financeiro é que o eleito governador Rodrigo
Rollemberg estaria insistindo em entregar o comando do BRB a Vasco Cunha
Gonçalves. Trata-se de um exemplar servidor de carreira da própria instituição,
mas que tem sua ficha funcional manchada por um prejuízo superior a 5 milhões
de reais causado ao Fundo de Pensão Regius, consequência de uma descabida
operação financeira.
Analistas do mercado financeiro avaliam que essa anotação, que corresponde a uma repreensão enérgica, não condiz com o currículo de alguém à altura de dirigir um banco – muito menos um banco público, rentável e com grandes perspectivas de crescimento, como é o BRB.
Há
dois dias correu a notícia de que Rollemberg desistira da nomeação de Vasco.
Mas foi só a informação chegar ao Rio de Janeiro, onde goza férias o operador
financeiro Ricardo Leal, para que todo o processo de escolha do novo presidente
do Banco de Brasília voltasse à estaca zero.
Vasco
é afilhado de Ricardo. E Ricardo é amigo de infância de Rollemberg. Mas como
nem toda amizade é sinônimo de sucesso, teme-se pelo pior. Na dúvida, Tombini
já anotou na agenda do seu celular o telefone de Rollemberg.
Quem
tem acompanhado a sucessão no BRB costuma lembrar que errar é da natureza
humana, mas insistir no erro, é burrice. E levar um tombo em começo de governo,
além de correr o risco de ser pisoteado por uma Câmara Legislativa que se
anuncia rebelde, pode provocar fraturas irremediáveis.
E
agora, Rollemberg?
Fonte: Blog do Donny
Silva
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