Não é de hoje que ouvimos
dizer que a vida imita a arte. Bom quando a arte faz rir e enriquece
culturalmente um povo. Quando não, a arte é trágica.
Analisando a novela do
anúncio dos novos administradores regionais, com as mudanças nas regionais
administrativas, as frustrações pessoais e, mais grave, de grande maioria das
comunidades, as traições, novamente à grande parte da população, promessas não
cumpridas, compromissos não honrados, invenção meio bufa e meio trágica de um
parlamentarismo com a concentração de poderes em mãos de um fofão(no sentido
feio mesmo e assustador) de 1º ministro sem votos, um secretariado de 23 nomes
com 18 “ungidos” no gabinete do “1º ministro fofão”, e mais alguns elementos
característicos dos melhores roteiros de uma boa novela, daquelas que bem
satirizam a vida das piores e das melhores cortes, fiz uma viagem no tempo e
conseguindo me livrar, com muita insistência, confesso, do formato mexicano de
novela, caí em O Bem Amado, do genial Dias Gomes.
Para entenderam a minha
escolha, sugiro aos mais jovens buscarem apenas poucos capítulos da novela e já
irão compreender o que afirmo. Como em releituras de grandes obras a imaginação
rola solta, e para criar mais suspense imagine-se que neste o bem amado, o
coronel não estaria, pelo menos no momento, tão bem amado assim e, não seria o
próprio o Paraguaçu. Para este papel foi escalado um ator, com o mesmo nome,
para interpretar o papel de mandatário da região mais rica dessa Sucupira.
Na Sucupira original um dos
suspenses rola em torno da inauguração, que nunca se realiza, do cemitério
local. Como nesta sucupira não tem ainda um cemitério, o suspense gira em torno
dos seguintes questionamentos: irá o Paraguaçu construir um cemitério ou não e
em que região? Mais perto ou mais longe do aeroporto? Mais próximo ou distante
de uma das três pontes do reino? Que seriam as irmãs cajazeiras? Quem iria
inaugurar o cemitério? Quanto à isso, Paraguaçu não deverá se preocupar, uma
vez que grande parte da população do reino já é de idade bem avançada.
Um noveleiro “de
carteirinha”, conversando com este escriba sobre o tema disparou: “O risco
maior é o desse Paraguaçu enterrar o governo do coronel Odorico por culpa do
fofão”.
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