Dezenas de nomes de
parlamentares apareceram nos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato,
entre eles os dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL)
A
semana começa com a expectativa de quais políticos terão o nome cravado na
lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como citados no esquema
de corrupção da Petrobras. A preocupação maior no meio político é com a
possibilidade de Janot apresentar denúncias contra parlamentares ao Supremo
Tribunal Federal - o que significaria haver indícios fortes da participação do
acusado nos desvios de verba.
Apreensivos,
alguns políticos já tentam reduzir o impacto da medida com o argumento de que,
se houver apenas pedidos de inquérito - quando há necessidade de mais
investigação -, o reflexo pode ser a desidratação do escândalo de corrupção na
Petrobras e diminuição da força do trabalho que está sendo desenvolvido pelo
juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato.
Dezenas
de nomes de parlamentares apareceram nos depoimentos dos delatores da Operação
Lava Jato, entre eles os dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), que negam as acusações.
Conforme revelou o Estado em dezembro passado, só na lista do ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa são ao menos 28 políticos mencionados.
A
lista também é esperada para definir os rumos da nova CPI da Petrobras na
Câmara. A bancada do PSOL pretende solicitar ao Supremo que os citados na lista
não integrem a comissão.
Existem
42 procedimentos no Supremo relativos aos fatos apurados em duas delações da
Lava Jato. O número não coincide necessariamente com a quantidade de políticos
citados.
Além
da lista de Janot, que deve ser apresentada até quarta-feira, os acordos de
delação premiada firmados por dois executivos da Camargo Corrêa - Dalton
Avancini e Eduardo Leite - são outro motivo de apreensão no meio político. Eles
são os dois primeiros executivos de uma empreiteira de grande porte que
aceitaram colaborar com as investigações. O temor é de que essas delações
estimulem outros empreiteiros a também contar o que sabem, o que poderá ampliar
o leque de atingidos.
Fonte:
Istoé/AE - 02/03/2015
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